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Conversa de Páscoa na Família Quenorris

Paiê, esse negócio de Páscoa tá muito comercial né!  É só gentarada falando de coelho e ovo na rua, no facebook, no twitter. Tá tudo errado isso, não acha?

Tchô Quenorris responde calmamente

Bom tchozinho, tem duas coisas erradas nesse movimento todo. Primeiro o certo é “Os ovo” e não “Os ovos”. Segundo, falam “Coelho” mas o certo é “Cueio” e o plural é “Os cueio”. Mas é assim mesmo, o sentido da páscoa vai mudando ao longo dos anos. 

 

Linguística na família Quenorris

– Viu, o paiê! Qualé a maior palavra em compridura da língua tchozina? É anticonstitucionalissimamente ou tem otra? Os piá tavam de fulia com isso hoje na aula! 

Tchô Quenorris, olha para o alto, move a cabeça lentamente, negacia o tchozinho com cara de curioso e responde plena e categoricamente…

– Não tchozinho, me escuite! Essa é uma palavra média, a maior é “otchôrrinolaringologistazãozinhodomiguelão” que dá 42 letras de cumpridura…

  Tchozinho, por sua vez, faz uma cara de espanto como se tivesse visto um relâmpago dando numa araucária…

– Nossa paí!!! Que masssa!!!!!! Mas isso é um tipo de papibiobaquigrafo? 

– Não tchozinho, não é porque é difícil de falar que as palavras tem o mesmo significado… No causo, “otchôrrinolaringologistazãozinhodomiguelão” significa pra nós um tipo de médico veterinário de Fraiburgo especializado no tratamento de ouvidos esquerdos de rinocerontes albinos gêmios bivitelinos semiovoviparos nascidos no bairro São Miguel entre os anos de 1989 e 1992.

– Ahh agora sim! Tendi tudo, o Fraiburguês é uma língua tão boa né?  

– É tchozinho, a gente é lazarento de privilegiado!!! A língua tchozina nos permite se expressá de tudo que é jeito, da até  pra falar de cabeça pra baixo que os outro ainda entendem certinho sem precisá desvirá nada! Enfim, tchozinho, anota aí “Comunicação é o processo de tornar as coisas comuns entre os falantes”. É sempre importante lutar pela clareza e objetividade…