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Linguística na família Quenorris

– Viu, o paiê! Qualé a maior palavra em compridura da língua tchozina? É anticonstitucionalissimamente ou tem otra? Os piá tavam de fulia com isso hoje na aula! 

Tchô Quenorris, olha para o alto, move a cabeça lentamente, negacia o tchozinho com cara de curioso e responde plena e categoricamente…

– Não tchozinho, me escuite! Essa é uma palavra média, a maior é “otchôrrinolaringologistazãozinhodomiguelão” que dá 42 letras de cumpridura…

  Tchozinho, por sua vez, faz uma cara de espanto como se tivesse visto um relâmpago dando numa araucária…

– Nossa paí!!! Que masssa!!!!!! Mas isso é um tipo de papibiobaquigrafo? 

– Não tchozinho, não é porque é difícil de falar que as palavras tem o mesmo significado… No causo, “otchôrrinolaringologistazãozinhodomiguelão” significa pra nós um tipo de médico veterinário de Fraiburgo especializado no tratamento de ouvidos esquerdos de rinocerontes albinos gêmios bivitelinos semiovoviparos nascidos no bairro São Miguel entre os anos de 1989 e 1992.

– Ahh agora sim! Tendi tudo, o Fraiburguês é uma língua tão boa né?  

– É tchozinho, a gente é lazarento de privilegiado!!! A língua tchozina nos permite se expressá de tudo que é jeito, da até  pra falar de cabeça pra baixo que os outro ainda entendem certinho sem precisá desvirá nada! Enfim, tchozinho, anota aí “Comunicação é o processo de tornar as coisas comuns entre os falantes”. É sempre importante lutar pela clareza e objetividade…

Ensinando Holandês em Fraiburgo (aula 1) / Teaching Dutch in Fraiburgo (lesson 1)

Estava falando pelo celular agora pouco com meu sobrinho de 5 anos, que mora no Frai, e no meio da conversa comecei a falar em Holandês. Ele ficou meio ressabiado e mandou uns “o que? que?”

I was just speaking on the phone with my 5 year-old nephew, who lives in Fraiburgo. Suddenly during the call I switched the language of Fraiburguese to Dutch. He stopped talking to me for a little while and started questioning “What?” “What?”

Não tendo resposta, se bandiô pra chamar a mãe na base do grito – Manhê não tô mais ouvindo nada!

Getting no answer at all, he promptly went to his mom crying out laud.

Mum I can’t hear anything!!!” Continue lendo

Tchô 5 anos sem TV

Tchozinhos(as) essa semana publiquei esse pequeno texto pessoal sobre a vida sem televisão misturando um pouco das experiências de vida tchozina na Inglaterra entre os anos de 2006 e 2007. E ai você pergunta, o que isso tem haver com Fraiburgo para estar aqui no blog? A resposta é simples, sem a exposição à cultura britânica e a ajuda de várias pessoas por lá, é possível que este trabalho nunca existisse, pois ele é um das formas de retribuição aos conhecimentos que me foram concedidos por eles. Até quando vai essa dívida moral eu não sei (promessas e gratidão não podem ser contabilizados), mas a vida dirá. Enquanto isso vamos tocando ficha tchô! Tem muita coisa guardada ainda pra contextualizar e compartilhar, só falta tempo mesmo.

Esta semana completo 5 anos sem TV brasileira na minha vida. O que era um desafio se tornou uma opção de vida. Nas primeiras tentativas, lembro bem que me sentia perdido e excluído por não estar por dentro das coisas, tanto que falhei nas primeiras vezes. Hoje me pergunto, o que é dentro e que é fora? Sou obrigado a saber isso antes de tudo para então saber onde estou, antes eu não tinha essa noção. Quando morava em Londres, conversei com um veterano de guerra sobre fama e ele me perguntou: Continue lendo

Bici do tchô

Tchozinhos e tchozinhas,

Fizemos um estudo para verificar o por quê e como o senhor Tchô Quenorris consegue se tacá (subir) em todos os morros de Fraiburgo sem ficar desbundiado (se cansar) e sem botar o pé no chão usando sua Monark Barra forte circular, de freio a pedal, sem marcha, enferrujada e de pneu murcho. Após uma série de análises e vistorias, concluímos que nosso objeto de pesquisa é movido a energia atchômica. O relatório completo está sendo encaminhado ao CNPQ (Centro Nacional de PorQuês).