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A Floresta René Frey – O coração verde do Frai

Queridos tchozinhos e tchozinhas, bão?
Hoje vou trazer um pouco da história e da importância de um lugar que, além de ser um pedaço vivo do nosso passado, continua pulsando no presente: a Floresta René Frey.

Dear tchozinhos and tchozinhas, how are you doing?
Today I want to share a bit of the history and importance of a place that, besides being a living piece of our past, still beats strongly in the present: the René Frey Forest.


O que é a Floresta René Frey?

A Floresta René Frey é um verdadeiro tesouro no coração da cidade. São cerca de 50 hectares de mata atlântica preservada, com árvores centenárias, imbuias, xaxins e algumas das maiores araucárias do Brasil. Poucos lugares urbanos no país podem dizer que ainda guardam uma floresta assim dentro da cidade. Neste outro artigo – Quão Grande eram nossas Florestas, temos uma imagem da dimensão desse assunto.

What is René Frey Forest?
It’s a true treasure right in the heart of Fraiburgo. Around 50 hectares of preserved Atlantic Forest, with centennial trees, imbuia, tree ferns, and some of the biggest araucaria pines in Brazil. Few urban areas in the country can still boast such a forest within the city limits. In this article you can see the dimentions of the original forest.


A história e o nome

O nome vem de René Frey, um dos pioneiros que, junto com o irmão Arnoldo, desbravou estas terras lá pelas décadas de 1920 e 30. Foram eles que apostaram na madeira, na serraria e depois em toda a infraestrutura que acabou dando origem a Fraiburgo. A floresta ficou como um pedaço preservado desse tempo e virou uma homenagem ao legado de René.

The history and the name
The name comes from René Frey, one of the pioneers who, along with his brother Arnoldo, explored these lands back in the 1920s and 30s. They invested in timber, in the sawmill, and later in the infrastructure that gave birth to Fraiburgo. The forest remains as a preserved piece of that era and became a tribute to René’s legacy.


O que ela representa

A Floresta René Frey é mais do que árvores e sombra fresca. Ela é símbolo de como desenvolvimento e preservação podem caminhar juntos. Representa nossa memória de desbravadores, mas também a consciência de que sem cuidar da natureza não tem futuro.

What it represents
René Frey Forest is more than just trees and cool shade. It symbolizes how development and preservation can walk side by side. It carries our pioneers’ memory, but also the awareness that without taking care of nature, there is no future.


O que fazer por lá

  • Trilhas ecológicas para respirar fundo e caminhar devagarinho.
  • Piqueniques com a família em meio ao verde.
  • A Capela Ecumênica, um cantinho de paz para qualquer fé.
  • Passeios de aventura de jipe safari.
  • Réplicas de dinossauros em tamanho real (as crianças piram!).
  • E claro, ver de perto algumas das maiores araucárias do Brasil.

E os Dinos?

Fotos ACIAF

Fotos ACIAF

Araucária Gigante? Temos Também

Arauçaria Gigante – Instagram @vivalatrilha

What to do there

  • Eco trails to breathe deeply and walk slowly.
  • Picnics with the family surrounded by green.
  • The Ecumenical Chapel, a peaceful spot open to all beliefs.
  • Jeep safari adventure rides.
  • Life-size dinosaur replicas (kids love it!).
  • And of course, getting close to some of the largest araucaria pines in Brazil.

Papel hoje em Fraiburgo

Hoje a floresta é gerida pela Associação Empresarial de Fraiburgo (ACIAF) (Me corrijam se estiver errado) e se tornou parte de um projeto turístico maior. Ela gera empregos, atrai visitantes, ensina sobre preservação e, de quebra, coloca Fraiburgo no mapa como exemplo de cidade que valoriza tanto sua história quanto sua natureza.

Its role today in Fraiburgo

Today the forest is managed by the Fraiburgo Business Association (ACIAF) and has become part of a larger tourism project. It generates jobs, attracts visitors, teaches about preservation, and at the same time places Fraiburgo on the map as a city that values both its history and its nature.


Conclusão

Então, piazada, da próxima vez que passarem pelo Frai, não deixem de visitar esse orgulho nosso. A Floresta René Frey é uma aula viva de história, natureza e futuro – tudo no mesmo lugar.

So, folks, next time you stop by Fraiburgo, don’t miss this local pride. René Frey Forest is a living lesson of history, nature, and future – all in the same place.

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Lá no Frai é assim… Fraiburgo, a Place to be discovered!

O projeto nasceu em 2006 para preservar a cultura “Tchô” ou “Tchozina” e memória de Fraiburgo, abordando também temas valiosos de toda a região, de Santa Catarina e do Brasil. Hoje, o projeto que nasceu bilingue alcança milhares de leitores em varias partes do mundo. Tudo isso só é possível com a ajuda de voluntários, apoiadores e leitores como você. Quer compartilhar algo com a gente? Fale conosco!

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The project was born in 2006 to preserve the Tchô culture and memory of Fraiburgo, also covering valuable topics from the entire region, Santa Catarina, and Brazil. Today, this bilingual project reachesthousands of readers across the globe. All of this is only possible thanks to volunteers, supporters, and readers like you.

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O que este castelo Francês no Brasil tem a ver com a história e independência da indústria alimentícia Brasileira?

Fala pessoal,

Se vocês já comeram alguma maçã de origem brasileira, há grandes chances de que foram impactados indiretamente pela história que vou contar aqui. Talvez este artigo seja interessante para seus conhecimentos gerais sobre o Brasil e a sua indústria alimentícia.

A imagem de capa eu tirei em outubro de 2021 na minha cidade natal, Fraiburgo, localizada na região central de Santa Catarina. Hoje o castelinho é um Hotel super bacana, aqui está o site deles – https://casteloboutiquehotel.com.br/

Essa construção de estilo normando (inspirada na Normandia, na França) fica no centro da cidade, no lado oposto ao famoso Hotel Renar, que foi construído em 1982 e aparece na foto abaixo.

No pano de fundo dessa história — que mistura inovação, amor e resiliência — está o engenheiro agrônomo francês Roger Biau, convidado pelos fundadores da cidade, a Família Frey, para uma missão ousada:

Descobrir uma cultura agrícola que pudesse ser explorada em escala nas terras da região.

E para entender o desafio, vale destacar as características da área:

  • Solo argiloso e fértil anteriormente povoadas por milhares de araucárias centenárias.
  • Clima subtropical com invernos rigorosos (temperaturas abaixo de zero)
  • Altitude de 1100 metros acima do nível do mar

Foram mais de 12 anos de tentativas, erros e dezenas de viagens à Europa em busca de mudas que pudessem se adaptar.

Roger Biau: O Pai da Maçã Brasileira

Nascido em 1930 na Argélia, então colônia francesa, Roger Biau era especialista em frutas de clima temperado. Em 1963, chegou a Fraiburgo enfrentando todos os desafios possíveis: idioma, clima, infraestrutura limitada.

Mas ele persistiu. Liderou a implantação de pomares experimentais, introduziu mais de 500 variedades de frutas e 80 tipos de porta-enxertos. Após 12 anos de muito trabalho, a maçã se destacou como a aposta certa.

Roger, 1967, preparação dos pomares

As primeiras árvores plantadas por ele ainda existem e são preservadas até hoje.

Esse movimento de investimento em pesquisa levou o Brasil de um importador de maçãs para um exportador. Tenho muito orgulho de ter vindo dessa terra, que prosperou não apenas pelo trabalho duro, mas também pela coragem de apostar em ciência e tecnologia — num tempo em que poucos acreditavam nisso. Arrisco dizer que até hoje poucos acreditam…

Fraiburgo: A Terra da Maçã

Graças ao trabalho de Roger Biau e da Família Frey (essa família merece vários outros posts) Fraiburgo se tornou referência nacional. Hoje, a cidade responde por cerca de 30% da produção de maçãs de Santa Catarina e 16% da produção nacional. Além disso, é destaque na produção de mel, com mais de 15 mil colmeias ajudando a polinizar os sete milhões de macieiras da região.

O “Castelinho” e a Revolução da Maçã

Agora, entra a parte mais curiosa dessa história.

Durante os primeiros anos no Brasil, a esposa de Roger, Evelyne, não se adaptou ao clima, à cultura e à vida longe da França. Com saudade de casa, ela queria voltar. Para convencê-la a ficar, Roger fez uma promessa: construiria para ela a casa dos seus sonhos.

Assim nasceu o “Castelinho”, inspirado nas casas da Normandia.

A construção, feita com pedras de basalto cortadas à mão, durou três anos e foi concluída em 1968. Mais do que uma casa, o Castelinho se tornou símbolo de amor, resiliência e do compromisso com a transformação da região.

Legado e Reconhecimento

O Castelinho consolidou a permanência dos Biau em Fraiburgo, permitindo que o projeto das maçãs chegasse ao sucesso.

Hoje, o Castelinho é um dos pontos turísticos mais emblemáticos da cidade. Em 2020, ele foi restaurado e transformado no Castelo Boutique Hotel, preservando a memória dessa história única.

Em 2024, Roger Biau foi homenageado no Livro do Mérito Catarinense, reconhecimento mais do que merecido pelo impacto que deixou não apenas em Fraiburgo, mas na história da agricultura brasileira.

Uma história de amor, ciência e independência

O Castelinho não é apenas uma bela construção francesa no Brasil: ele é um marco de uma história que mudou o rumo da indústria alimentícia nacional. Representa a virada de chave de um Brasil que dependia de importações para um país que passou a exportar inovação e qualidade no setor agrícola.

E é por isso que toda vez que vejo uma maçã brasileira, lembro que, por trás dela, existe uma história de amor, coragem e muita ciência.

Como historiador, pesquisador e empreendedor, deixo aqui esta homenagem ao trabalho de impacto que mudou a história de toda uma região. Que novos casos como esse continuem surgindo.

Joni Hoppen

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Lá no Frai é assim… Fraiburgo, a Place to be discovered!

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