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Lá no Taquaruçu é assim / The waterfall of Taquaruçu.

Texto em Fraiburguês medieval. 

Tá aqui tchô, o Taquarucú, uma preciosidade das terra tchozinas, a pérola do contestado. Faz mais de um ano que tirei esta foto e realmente não tive como publicar antes. Além da vida corrida, já são quase 5 mil fotos de Fraiburgo sob negaciação, sim é um trabaio cognitivo puxadinho, mas devertido. Como existem coisas bonitas pelo Frai, não!

Mas e cadele a cachoeira? 

Viu, siga o trecho Fraiburgo —> Frei Rogério. Num cruzamento dos cruzamentos de uma bizoiada se encontra uma placa dizendo “Taquauçu”.  Isso é sinar de que ta no rumo tchô. Despois dê uma guinada para direita e siga toda vida reto. No meio do caminho vai encontrá uns piás encima de palanques, palanques de cerca maiores do que sua viatura, visagens, casas simples e etc. Quando chegar no museo do contestado, vai ter que pidunchar em Fraiburguês quedele a Cachoeira. Sim são as pessoas que guardam os mapas do tesouro! Não perda a oportunidade de conhecê o museu tamém. 

Com relação a cachoeira, acredito que ela é tanto negaciáver como nadáver, porém não se apinxe lá tchuco, sozinho ou no inverno, pode ser muito perigoso tchô. Bicho feio. Se ligue!  Além disso, quando se fincá no mato, muito cuidado com os formigões, eles podem picar a sua perna e dar perda totar. É sério!  No mais é isso galeritchôs, espero que tenham gostado e tamém perdam um dia do faustão na tv para conhecer o mundo onde vivem e curtirem um delicioso picknique com os amigos nesta natureza ainda preservada… 

So here it goes, another waterfall found in Fraiburgo. It has been a year or so that I took it but I haven’t got the time to publish it. Taquaruçu, where this wonder is hidden is a bit far apart from the city and forgotten by the Brazilian government for a 100 years ever since the end of the “contested war”. The only good part is to have this still well preserved.

Taquaruçu lá no frai

Fraiburguês (demonstração de uso)

Tchozinhos e Tchozinhas,

O Lá no Frai se abstém (se nega loco) de perguntar se vocês já ouviram as expressões da imagem abaixo, no entanto mas porém entretanto todavia existem muitas pessoas que mesmo sendo visceralmente bardosas, ainda não conhecem o significado de sua própria existência.  Por este motivo sublime, deixamos o link aqui para explicações mais aprofundadas sobre o tema “Entendendo a palavra Bardoso“. Compartilhe! Dúvidas, ideias, deixe seu recado li de baxo do post! 

Saudações tchozinas já com saudades do Frai!

Holandês para Catarineses

Tchozinhos e Tchozinhas,

Segue um pequeno manual para aqueles que tem curiosidade sobre a língua Holandesa ou Fraiburguesa, útil para aqueles e que um dia ainda vão acabar tendo que se aprofundar em alguma delas. Ao contrário do que muitos pensam, o foco de estudo e trabalho na Holanda não foi o idioma em si, mas sim os temas de “gestão empresarial”, “gestão do conhecimento”, “tecnologia da informação” e “inovação”. No entanto, acredito que é muito difícil compreender as dimensões destes assuntos sem um prévio conhecimento da cultura, da história e do contexto de cada região onde as organizações são geridas. Até existem algumas teorias interessantes na área de neuro-economia que ajudam a compreender a racionalidade ou irracionalidade humana durante a tomada de decisão, porém estas idéias ainda não são tão fáceis de se utilizar. Logo, não há escapatória, é preciso entender o jeitão de cada povo começando pela sua base  (idioma) porque com a globalização e extensão dos mercados, esse tipo de conhecimento será cada vez mais necessário.

A tabela abaixo é resultado de várias dores de cabeça tentando fazer sentido das conversas em holandês. Até então não vi nenhum livro falando essas variações semânticas do “ja” holandês. Para o tchozinho era muito estranho ouvir conversas que pareciam lutas de Karate cheios de Iá!!! Iá, Iá Iá….(o jota se pronuncia como a letra “I” de igreja) Engraçado que nem os próprios holandeses eram conscientes disso. Basicamente é preciso estar atento a intonação e ao contexto.

Agradecimentos aos amigos que tiveram muita paciência com o tchozinho: Menno Holtkamp, Silvie Pothof, John Donker and (Dini and Henk Bosman).  Agradecimento a Mariani Oliveira pelas expressões de incredulidade Fraiburguenses “Capazzz”

Holandês (Dutch) English / Inglês Fraiburguese Fraiburguês (erudito)
1- Ja (yá) “Yes” Sim
2 -Ja (yá) “Sure” or in combination “ja vel” De certeeeeezaa tchô!
3 – Ja (yá) “Tell me” Digue
4 – Ja (yooaahh) When you ask someone “Did you like it” Then he says: “yooaah”.  Then it means “yes, it was ok”. But not great. Quando alguém pergunta: Gostou? “Tá bom assim ta bom” confirmação de níver de qualidade aceitável, nada matador.
5 – Ja (yá) That’s ok – To something that has a little better quality than the one that received a yooaahh” Tá beleza! um pouco melhor do que aquilo que ganhou um yooaah
6 – Ja (yá) “Yeah” I am listening or
I can hear you
“aham” sim to escuitando!
7 -Ja (yá) “Yeah” I’m not listening “Aham” Não to te escuitando e nem dando valor!
8 – Ja? (yá?) Really? (using a high tone) Dependendo da intensidade pode assumir 3 níveis:
1 – Sério tchô? capaazzzzz!
2 – Sério tchô? bem capaizz!
3 – Sério tchô? Mas bem capaizz mesmo! só pra cabeça, dzulivre!
9 – Ja ja (yáaaaa  yá) I don’t believe you! “ihh tá me trovando!”
10 – Ja ja ja – (yá-yá-yá) Karate chops (very dangerous) True story hehe  Golpes de karate (perigoso)
11- Ja (pronounced like yoooo) “So So” or “yes kind of” As a foreigner I can say it sounds very nice but further research is needed on this. “Mazomeno isso” ou “to falaannndo home” ou um “óie que ééééé”.

Seca no Frai

Nesses últimos dias Fraiburgo está linda, as árvores coloridas e as temperaturas agradáveis (por lo menos por enquanto). Abaixo está o carro de um tchô comprometido com os pedidos da comunidade para evitar o esbanjamento de água (desperdício). Não pude deixar de compartilhar. Antes da foto a frase tinha um errinho de Fraiburguês na palavra “PARTE”, faltava o acento agudo no “R”. Agora, olhando com mais calma notei que ainda está faltando um acento circunflexo “^”. O Fraiburguês culto, foneticamente falando, permite que algumas palavras tenham duas silabas tônicas como em “paRtê – “quaNtÔ” – “verdAdÊ” e assim por diante. Piazada, vamos cuidar dos desperdícios! Chega de tomá banho hehe opa, nem taNtô!

Traduzir “saudades” é fácil, tenta traduzir “Bardoso”

Apesar de ser um conceito facilmente utilizado e interpretado pelas pessoas “fraiburgófonas” (falantes do Fraiburguês),  “Bardoso” é uma das palavras mais difíceis, pelo menos até agora,  de traduzir do Fraiburguês para o Português, pois é um termo que remete a um estado de espírito profundo, um jeito de ser ou estar bastante comum e sem uma palavra equivalente no universo lingüístico conhecido, nem “manhoso(a)”, “dengoso(a)”, “mandrião(ona)” ou mesmo “teimoso”, juntos se equivalem a um “bardoso” bem pronunciado e contextualizado.

Pois bem, Bardoso é um adjetivo. Ex. “O piá é bardoso” ou “piá bardoso”. Raramente se vê este adjetivo flexionado no plural. Ex. “Vocês são uns bardoso”. Bardoso se refere ao sujeito do tipo tchô, tchoa (bardosa), piá ou menina que tem preferência à posição horizontal ou escorada em alguma coisa para evitar, sempre que possível, a fadiga. Estes indivíduos são otimizadores de recursos físicos por natureza, gerando quase um estilo de vida atônomo. Má vamo se combiná, quem de tanto não gostaria de levar uma vida bardosa?

Diferentemente de “dorminhoco(a)” que não se usa no diminutivo (dorminhoquinho(a)), existe o “bardosinho e a bardosinha” para indivíduos (pessoas ou animais) de pequeno porte ou muito dengosos. Ex. Um tchô pode identificar o mais preguiçoso de uma ninhada como o bardozinho – “Ó tá vendo que aquele bardozinho alí?”. Ainda, o antônimo (oposto) de bardoso é “atentado”. Ex. “Home do céu, aquele piá é atentado… dzulivre…”

Bardosos tem as seguintes características existenciais:

– Auto-estima elevada, que pode ser confundida com falta de vergonha;
– Surdez seletiva que permite ouvir apenas o que se quer e bloquear chamados;
– Preguiça ou desinteresse de fazer alguma coisa que foi ordenada;
– Jeito manhoso e dengoso (alguns casos), podendo até ser chamado de “jaguarinha” (essa é outra palavras difícil de explicar)

Bardoso não existe nos dicionários mais abrangentes da língua portuguesa, se acharam me avisem! Etimologicamente falando, o que parece, no entanto, é que antes ser definitavamente incorporado ao idioma de Fraiburgo, ele já era usado como adjetivo para os cavalos (baldoso), mas como em Fraiburgo tudo que tem “L” vira “R” temos também  (culpa = curpa, malvado = marvado, folgado = forgado) e assim por diante.

De sua origem, até onde sei, existem duas frentes.

Primeira,
Eu lembro que meus primos diziam para não deixar o cavalo (petiço) comer o mato enquanto ele estivesse nos esperando, se não ele iria ficar bardoso (mal acostumado). Bardoso é alguém com barda, “não de barda para não ficar bardoso”. 

Segunda,
O termo é usado para identificar qual cavalo trabalha menos e faz mais pose quando precisa puxar a carroça. Com o tempo o cavalo bardoso percebe que se ele parar de fazer força o outro cavalo fará o esforço compensatório para dar conta do trabalho, ao passo que ele só faz pose e caminha normalmente. O tchô que os coordena, por sua vez, precisa ficar de olho para o rendimento da carroça. Isso serve também para os gestores de empresas que precisam gerenciar suas empresas por indicadores ara detectar o bardosismo na empresa, o que em alguns casos pode ser contagioso.  Em resumo, “bardoso é um sujeito que não se sujeita”.

Seguem alguns exemplos contextualizados:

Tentando tirar alguém da cama sem sucesso:

– “Mazé um bardoso mesmo”. Em resposta, o bardoso(a) apenas vira pro lado e continua capotado.

Negociado um grupo de trabalho na universidade.

– Vocês vão pegar o tchô tal (notoriamente bardoso) para o grupo de vocês.
Resposta
– Mas pare home!!! esse tchô é muito bardoso – Largue mão!!!

Mais exemplos? só no Frai mesmo…

Finalizando, ainda existe também o verbo “bardozear”. Ex: “Estávamos só bardozeando”
e o advérbio “bardozamente”. Ex: Eles caminham bardosamente ao redor do lago”.