Depoimento

 Lembro bem o dia que saí do Frai, de mala e cuia, rumo a São Paulo. Chegando aqui me senti “resabiada”, literalmente “negaciando” tudo, até porque era muito nova pra mim essa vida em uma cidade grande. Logo nas primeiras semanas já percebi a grande diferença com o Frai, eu não conhecia ninguém, a não ser minha família, nem vizinhos, se bem que isso não foi só no começo, até hoje conheço uns dois de vista. Era bom por um lado conhecer boa parte dos fraiburguenses, e é um pouco estranho não cumprimentar as pessoas na rua, e nem ter uma rua do “zig-zag”.

 O negocio é diferente por aqui, não posso nunca se esquecer de “chaviá a porta”, por que a “piazada” é ligeira, sempre tem alguém de “butuca”.Ah, tem o tal de congestionamento também, um monte de carro “entuiado”, que saudade da falta de trânsito por aí. Filas também, mas vontade não me falta de “atorar” essas filas, e chegar mais cedo em casa, para aproveitar e fazer o “rancho” com meu pai, como acontecia antes.

Esse ano começou minha faculdade, faço o curso de Direito, na PUC-Campinas, e lá fui eu novamente conhecer mais pessoas, e uma nova cultura, já que fica em outra cidade. Conheci amigos chatos, que gostam de me ouvir falar “leiTE, quenTE que da dor no denTE”, mas posso dizer que já estou “matando a pau”, o difícil foi aprender essas gírias usadas por aqui, mas com o tempo aprendi, porém “me negó” usar.

 Tem as baladas também, imaginem uma fraiburguense acostumada a sair, e conhecer todo mundo, chega à balada pra essas “banda” e ouve um “Oi, gatinha” rsrs, “Vai-te-loco”, mas a gente aprende a lidar, e aprende os melhores lugares para frequentar.

 “De vereda” tudo mudou, a saudade do Frai é grande, nem com tanta opção de lugares, a gente esquece-se de onde veio, mas sempre apareço, até por que a “Dona Varda” minha vó, mora lá. Falo sempre de boca cheia que sou de FRAIBURGO, a Terra da Maça, eu sei que ninguém conhece, mas é sempre bom lembrar que venho de uma cidade da simplicidade, da hospitalidade, da gentileza de muitos.

Faço das palavras de um Tchozinho lá do Frai, as minhas “Não permita Deus que eu morra, sem que eu antes vorte pra lá”

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Lá no Frai é assim… Fraiburgo, a Place to be discovered!

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Fraiburgo, a Place to be discovered!

The project was born in 2006 to preserve the Tchô culture and memory of Fraiburgo, also covering valuable topics from the entire region, Santa Catarina, and Brazil. Today, this bilingual project reachesthousands of readers across the globe. All of this is only possible thanks to volunteers, supporters, and readers like you.

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