Pensa num final da tarde que não poderia ser esquecido!
Arquivo do Autor: tcho
Fogão a lenha na sala de aula?
Autor: Sérgio Fritsch
G.E GONÇALVES DIAS: Muito se fala atualmente sobre a educação ou a falta dela nas crianças e adolescentes do nosso país.
Iniciei meus estudos no Gonçalves Dias em 1969 com a direção da Irmã Taís, tendo como 1ª profª foi Racilba de Freitas – no 2º ano Dona Dalva Pelliciolli e 3º ano Vanda Ramos.
Era praxe:
- fazer fila indiana para entrar nas salas de aula e cantar o Hino Nacional.
- Sessões Literárias eram comuns, onde os alunos podiam manifestar suas habilidades artísticas como canto, teatro, jogral, declamações etc.
- Quando se estudava pela manhã, era comum varrer a sala de aula e limpar as carteiras para a turma da tarde.
- A merenda era a base de Sagú com leite, Sagú com vinho, sopa de legumes e leite com achocolatado (Toda como chamava a Dona Irma Schenatto – Dona Almira e Olinda Kades),servida com muito carinho.
- Na saída da “aula” era comum as crianças “agarrarem” a professora pelo braço e disputa-la a tapa para ver quem chegava mais perto dela.
- Se brigávamos na escola, apanhávamos em casa, sim, essa era a regra na casa dos Fritsch e na maioria das casas.
- Uma das coisas mais pitorescas que tinha no GD era o AQUECEDOR/LAREIRA.
- No rigoroso inverno, era comum “tacá fogo” na lareira e antes de escrever, a professora deixava a molecada aquecer os pés e as mãos, lembrando que os sapatinhos ficavam na porta de entrada, ao lado da parede.
- O respeito e o amor aos nossos professores era enorme, permanecendo até os dias atuais. Nossos professores eram nossos heróis, bem diferente de hoje!
Esse aquecedor está na casa do Profº Chico Costela e é um dos últimos remanescentes do GD, quando tirei a fotografia o Chico tinha “tacado” fogo nele!
A torre BigBom
Essa piazada tá de mais! Segue o compartilhamento com o autor e tudo! Que Londres, o negócio é ser estilo Lá no Frai! Uma das caixas d’agua mais originais do mundo! Podem percurá!
Hotel Líbero
Uma foto histórica do Hotel Líbero na Rua. Arnoldo Frey, provavelmente final da década de 70.
Os carros dominantes eram os Fuscas, Corcéis, Bandeirantes e Rurais. Por coincidência somente carros resistentes a lamas profundas ;).
Outro fato marcante da nossa história era que as construções em madeira pereceram rapidamente ao tempo em comparação ao castelinho feito de pedra.
Imagem do grupo Fraiburgo Fotos e Fatos.
Lá no Frai Lá no Insta
Tchozinho e Tchozinhas que estão sempre do Butuca nas coisaradinhas do Frai, não deixem de curtir nosso tabalhitcho no instagram.
Lá no Frai, sempre valorizando a cultura tchozina 24×7 nas redes do mundo!
Feliz dia das mães tchozinas!
Querida mãe tchozina obrigado por:
Ter me feito sobreviver ao frio mais frio que existe no país! Dizendo:
– Leva mais uma blusa piá!
– Ponhe mais duas meia que tem geada!
– Feche o zíper de baixo, depois o de cima, mais esse botão aqui e amarre tudo bem firme com essa corda ligero!
Por ter me passado a vara de vime ou de marmelo quando “percisava”. Quando tchozinho, a gente não sabe que “entrá” com as bota embarrada em casa é ruim e que “Gatiá” os brinquedo dos amigos sem fazer o “Brique” é chato. Agora a gente sabe! Se vocês tivessem passado a vara no resto no pessoal que tá em Brasília, eles não tariam estorvando.
Obrigado por ter ensinado o dialeto cantado tchozino com frases tipo assim:
– Viu, o tchô!
– Nossa, de bunito que ficuó.
– Viu, largue mão.
– Apure piá, ligero!
– Venham e sentim na mesa!
– Esfregue esse pescoço craquento, ih tá craquento ainda!
– Se aligere se não vai pra vara!
Fazer pinhão pra gente! Imagina que nenhuma mãe da África, da Europa, da Ásia e das Américas consegue fazer isso? É muito amor!
Também, obrigado por ter mantido os butieiros em casa, sem butieiros não há butiá e se não há butiá, não o que sartá dos borso.
Bom é isso, um feliz dia das mães especial para as mães tchozinas que fazem da gente um povo muito, mas muito diferenciado mesmo.
Qual o problema?
Como se pergunta qual o problema em Fraiburgo?
Socorro em Fraiburgo?
É simples, segue o chamado oficial!
Praça Maria Frey 2019
Uma apresentação da principal praça da cidade por Marcos Assunção.
Relógio e o termómetro que estavam meio malechos por um tempo atualmente estão arreglados!
Adoramos esse lugar! Venha visitar Fraiburgo, conhecer nossa cultura, nossa gente, nosso sotaque e nossas capivaras!
A origem do projeto Lá no Frai
Então tchozinhos(as), por que escrever um blog sobre Fraiburgo?
Certa vez, nos anos 2000, na aula de mecanografia (datilografia) do curso técnico em contabilidade na antiga FEAF, o professor Luciano (não lembro o sobrenome) trouxe um convidado da Agrícola Fraiburgo para falar sobre o futuro do trabalho. A mensagem mais importante desta aula e que me marcou para sempre foi:
“Piazada, vocês precisam dominar o inglês e espanhol porque o Brasil precisa se abrir e vocês que farão essa abertura”
Se já é difícil hoje com internet e aplicativos como o Duolingo para estudar outros idiomas, imagina naquela época que usávamos orelhões ainda.
Florianópolis
Quando terminei os estudos em Fraiburgo em 2001, me bandiei para Florianópolis onde teria mais acesso a conhecimento e talvez a internacionalização. Logicamente que passei por dificuldades duplo twist desde falta de trabalho, dinheiro, comida e moradia. Inclusive passei meses vivendo sem geladeira. Talvez vocês não façam ideia do que é isso, mas a única forma de evitar de perder um alimento era comer tudo antes de estragar, o leite por exemplo (quando tinha), tomava que nem um terneiro.
Passadas as grandes dificuldades tchozinas em terras manezinhas (com a ajuda de muita gente) e também mais acostumado com as diferenças de sotaque e sobre tudo de mentalidade, consegui comprar o primeiro curso de inglês e prospectar a primeira viagem para os Estados Unidos.
Estados Unidos 2005
Os EUA é um país fantástico que oferece aos jovens tchozinhos ou não a possibilidade de trabalhar 4 meses em estações de ski, colônias de férias, restaurantes e etc durante o período das férias da universidade – Dezembro a Março. Felizmente consegui juntar os 5 mil reais necessários para todo o processo e embarquei ao final de 2005.
Chegando lá, parecia que tinha acabado de entrar num filme. Era engraçado ver as pessoas se comunicando em inglês de verdade. Nessa hora ficou bem claro que o curso de 1 ano intensivo de inglês não tinha dado conta da complexidade intelectual do aprendizado.
Lá trabalhei como:
- Ajudante de garçom (ajudava a controlar a água das mesas, lá eles sempre jantam tomando água além da Coca, vinho e etc.)
- Voluntário em uma comunidade de idosos que faziam o replantio de árvores nativas da montanha e tinham paciência com meu inglês
- Professor de ski para crianças até 5 anos.
- Cantador de serenatas no restaurante (ganhava muita gorjetas, uns 25 dólares por apresentação por mesa).
- Auxiliar de escritório fazendo planilhas de excel para uma firma na montanha (conheci no grupo de voluntários).
Durante esse tempo, aprendi muito sobre o jeitão da piazada de lá e comecei a valorizar também as coisas na minha terra. Nessa época tinha muita dificuldade em duas coisas: Expressar minhas ideias no idioma e mostrar materiais da minha terra, principalmente do Frai.
O resumo do trabalho nos EUA foi: Bom financeiramente porque o valor faturado foi maior do que o investido e o feedback dos amigos que dizia mais ou menos assim de forma traduzida para o tchozitonês clássico:
“Piá do céu, se você quiser trabalhá em algo internacional vai precisá melhorá muito o inglês, tamém vai ter que conseguir fazer briques com tudo que é tipo de gente de pessoas simples até super instruídas”.
Voltei para o Brasil e continuei negaciando as coisas do idioma. Até comprar um curso de inglês em Londres na Inglaterra.
Londres, Inglaterra – 2006-2007
Chegando em Londres com o visto e tudo certinho fui com visto de estudante e tinha o direito de trabalhar 20h por semana lá, o que dava para manter os custos em ordem. Tirando fato de que havia parado no pior lugar da cidade, no gueto Brasileiro o bairro do Halesden.
Incrivelmente era possível ver pessoas morando há mais de 10 anos lá sem falar quase nada do idioma. Os brasileiros mais antigos compravam casas de famílias tradicionais britânicas (4 pessoas) e depois alugavam para turmas de brasileiros que chegavam a quase 15 por casa. Isso fazia com que a única forma de estudar em casa era ficar trepado na escadaria com os cadernos e livros.
Saltando bem a história, um dia alguém entrou em meu quarto e roubou meu pertences. Aí foi tenso. Felizmente, uma família Britânica estendeu a mão e ofereceu a seguinte oportunidade:
Nossos filhos já se casaram e saíram de casa e você pode vir morar com a gente para poder se concentrar nos estudos e na sua prova do final do semestre. Você não precisa pagar aluguel e alimentação, podemos ajudar teus estudos com livros e jornais que lemos constantemente. Em troca o que você deve fazer é:
– Não trazer qualquer pessoa de fora para dentro de nossa casa
– Estudar tudo que puder para passar na prova
– Um dia desenvolver algum projeto legal para o lugar de onde você veio, nós acreditamos que é possível ajudar uma pessoa que depois ajudará muitos outros.
Pode ser assim?
Resultado, topei e fiz o que foi combinado. Aprendi muito, muito mesmo. Estudei materiais de construção de igrejas medievais e arquitetura (por isso várias análises da arquitetura do Frai) , li livros de economia, tive que me acostumar com costumes britânicos de usar o garfo virado para baixo e colocar o arroz na parte de cima (na parte curva). Aprendi também que:
Cultura não é algo que se avalia como melhor ou pior e sim algo diferente, simplesmente diferente.
Abaixo estão dois vídeos gravados na casa onde morei dentro do jardim botânico Real chamado Kew Gardens.
O nascimento do Blog
Na volta a Fraiburgo pude fazer algumas apresentações para alunos nas escolas públicas para contar das experiências, assim como me deram a oportunidade lá no passado na FEAF. O problema é que não conseguiria escalar a transmissão das ideias. Por exemplo, em um dia falei com 3 turmas no Colégio Padre Biagio e a voz já tava lascada. Assim, o projeto Lá no Frai demorou um pouco para sair do papel. até pensei em fazer um livro fechado, mas fazer um blogs poderia ser um tipo de livro aberto e em constante evolução gerando impactos positivos no Frai.
Enfim, aí estamos, propagando um pouco da nossa cultura pelo mundo com fotos, documentários, coisas puramente tchozinas como o sotaque e os pinhões. Sempre seguindo o lema:
Lá no Frai é assim…Coisas sobre Fraiburgo, humor, cultura tchozina, e outras ideias de valor…
Futuro
Piazada, se preparem para o futuro aprendendo inglês, espanhol e acrescento em negrito: Matemática e inteligência artificial. Se conseguirem, depois devolvam os ensinamentos para outras pessoas dos lugares de onde vocês vieram.
Sucesso piazada! Não se entreguem! A gente saí do Frai, mas o Frai nunca sai da gente!