Então tchozinhos(as), se a gente não sober contar nossa história há duas coisas que podem estar acontecendo:
01 – Não há história e conteúdo pra contar ( o que é meio DIFICER)
02 – Não conhecemos ou valorizamos adequadamente os fatos da nossa realidade.
Capturamos esse vídeo rodando na internet meio que de “revesgueio” e agora republicamos parabenizando os alunos que investiram no estudo e nas edições do material.
Temos que contar nossa própria história, pois somos nós que a fabricamos todos os dias, é a nossa vida, o nosso jeito, é o nosso lar, é o nosso Frai! Ainda vamos contar nossa história em inglês para que outros países nos conheçam 🙂 – Lanofrai
SINOPSE
Bons lugares formam bons empreendedores ou bons empreendedores formam bons lugares. Esse vídeo retrata a história e o pioneirismo dos visionários irmãos Frey, que chegaram no Sul do Brasil, quando estavam fugindo da Primeira Guerra, e se instalaram em um local sem perspectiva de sucesso, mas com muito trabalho e objetivos desenvolveram um importante centro econômico que passou a se chamar Fraiburgo (em alemão terra protegida e livre). Após anos de muito trabalho e investimentos a família estabelece diversos empreendimentos. Dentre os mais notórios foram: As Serrarias, fábricas de móveis e caixas, hotelaria e principalmente a técnica do cultivo da maçã. ARGUMENTO Enaltecer e conservar a história de um lugar é extremamente necessário para se manter viva a cultura de seu povo. Com isso é importantíssimo traçar uma cronologia da trajetória do munícipio de Fraiburgo, o qual destaca-se a vinda da família Fray.
ROTEIRO
1 ª CENA: Luiz entra apresentando a sinopse resumida enquanto vem se aproximando da câmera. Local: Casa da Cultura.
2 CENA: Pedro inicia a cronologia até 1941
3ª CENA: Alex completa a cronologia a partir de 1951
4ª CENA: Drones
5ª CENA; Hotel Renar
6 ª CENA: Entrevistar Ana Maria Camilo na Casa da Cultura.
7ª CENA: Entrevistar Elvito Cordebella em sua residência.
Alunos: Pedro Henrique Luiz Henrique Alex Antunes EEB Gonçalves Dias Fraiburgo – SC
Nesta semana tive a oportunidade de conhecer a famosa professora Adis Cardoso, uma descendente de italianos da região do Veneto na Itália e que por décadas educou os Fraiburguenses. Um pouco da história dela e sua mensagem para as próximas gerações estão abaixo no vídeo!
Então tchozinhos(as), por que escrever um blog sobre Fraiburgo?
Certa vez, nos anos 2000, na aula de mecanografia (datilografia) do curso técnico em contabilidade na antiga FEAF, o professor Luciano (não lembro o sobrenome) trouxe um convidado da Agrícola Fraiburgo para falar sobre o futuro do trabalho. A mensagem mais importante desta aula e que me marcou para sempre foi:
“Piazada, vocês precisam dominar o inglês e espanhol porque o Brasil precisa se abrir e vocês que farão essa abertura”
Se já é difícil hoje com internet e aplicativos como o Duolingo para estudar outros idiomas, imagina naquela época que usávamos orelhões ainda.
Florianópolis
Quando terminei os estudos em Fraiburgo em 2001, me bandiei para Florianópolis onde teria mais acesso a conhecimento e talvez a internacionalização. Logicamente que passei por dificuldades duplo twist desde falta de trabalho, dinheiro, comida e moradia. Inclusive passei meses vivendo sem geladeira. Talvez vocês não façam ideia do que é isso, mas a única forma de evitar de perder um alimento era comer tudo antes de estragar, o leite por exemplo (quando tinha), tomava que nem um terneiro.
Passadas as grandes dificuldades tchozinas em terras manezinhas (com a ajuda de muita gente) e também mais acostumado com as diferenças de sotaque e sobre tudo de mentalidade, consegui comprar o primeiro curso de inglês e prospectar a primeira viagem para os Estados Unidos.
Estados Unidos 2005
Os EUA é um país fantástico que oferece aos jovens tchozinhos ou não a possibilidade de trabalhar 4 meses em estações de ski, colônias de férias, restaurantes e etc durante o período das férias da universidade – Dezembro a Março. Felizmente consegui juntar os 5 mil reais necessários para todo o processo e embarquei ao final de 2005.
Chegando lá, parecia que tinha acabado de entrar num filme. Era engraçado ver as pessoas se comunicando em inglês de verdade. Nessa hora ficou bem claro que o curso de 1 ano intensivo de inglês não tinha dado conta da complexidade intelectual do aprendizado.
Lá trabalhei como:
Ajudante de garçom (ajudava a controlar a água das mesas, lá eles sempre jantam tomando água além da Coca, vinho e etc.)
Voluntário em uma comunidade de idosos que faziam o replantio de árvores nativas da montanha e tinham paciência com meu inglês
Professor de ski para crianças até 5 anos.
Cantador de serenatas no restaurante (ganhava muita gorjetas, uns 25 dólares por apresentação por mesa).
Auxiliar de escritório fazendo planilhas de excel para uma firma na montanha (conheci no grupo de voluntários).
Durante esse tempo, aprendi muito sobre o jeitão da piazada de lá e comecei a valorizar também as coisas na minha terra. Nessa época tinha muita dificuldade em duas coisas: Expressar minhas ideias no idioma e mostrar materiais da minha terra, principalmente do Frai.
O resumo do trabalho nos EUA foi: Bom financeiramente porque o valor faturado foi maior do que o investido e o feedback dos amigos que dizia mais ou menos assim de forma traduzida para o tchozitonês clássico:
“Piá do céu, se você quiser trabalhá em algo internacional vai precisá melhorá muito o inglês, tamém vai ter que conseguir fazer briques com tudo que é tipo de gente de pessoas simples até super instruídas”.
Voltei para o Brasil e continuei negaciando as coisas do idioma. Até comprar um curso de inglês em Londres na Inglaterra.
Londres, Inglaterra – 2006-2007
Chegando em Londres com o visto e tudo certinho fui com visto de estudante e tinha o direito de trabalhar 20h por semana lá, o que dava para manter os custos em ordem. Tirando fato de que havia parado no pior lugar da cidade, no gueto Brasileiro o bairro do Halesden.
Incrivelmente era possível ver pessoas morando há mais de 10 anos lá sem falar quase nada do idioma. Os brasileiros mais antigos compravam casas de famílias tradicionais britânicas (4 pessoas) e depois alugavam para turmas de brasileiros que chegavam a quase 15 por casa. Isso fazia com que a única forma de estudar em casa era ficar trepado na escadaria com os cadernos e livros.
Saltando bem a história, um dia alguém entrou em meu quarto e roubou meu pertences. Aí foi tenso. Felizmente, uma família Britânica estendeu a mão e ofereceu a seguinte oportunidade:
Nossos filhos já se casaram e saíram de casa e você pode vir morar com a gente para poder se concentrar nos estudos e na sua prova do final do semestre. Você não precisa pagar aluguel e alimentação, podemos ajudar teus estudos com livros e jornais que lemos constantemente. Em troca o que você deve fazer é:
– Não trazer qualquer pessoa de fora para dentro de nossa casa
– Estudar tudo que puder para passar na prova
– Um dia desenvolver algum projeto legal para o lugar de onde você veio, nós acreditamos que é possível ajudar uma pessoa que depois ajudará muitos outros.
Pode ser assim?
Resultado, topei e fiz o que foi combinado. Aprendi muito, muito mesmo. Estudei materiais de construção de igrejas medievais e arquitetura (por isso várias análises da arquitetura do Frai) , li livros de economia, tive que me acostumar com costumes britânicos de usar o garfo virado para baixo e colocar o arroz na parte de cima (na parte curva). Aprendi também que:
Cultura não é algo que se avalia como melhor ou pior e sim algo diferente, simplesmente diferente.
Abaixo estão dois vídeos gravados na casa onde morei dentro do jardim botânico Real chamado Kew Gardens.
O nascimento do Blog
Na volta a Fraiburgo pude fazer algumas apresentações para alunos nas escolas públicas para contar das experiências, assim como me deram a oportunidade lá no passado na FEAF. O problema é que não conseguiria escalar a transmissão das ideias. Por exemplo, em um dia falei com 3 turmas no Colégio Padre Biagio e a voz já tava lascada. Assim, o projeto Lá no Frai demorou um pouco para sair do papel. até pensei em fazer um livro fechado, mas fazer um blogs poderia ser um tipo de livro aberto e em constante evolução gerando impactos positivos no Frai.
Enfim, aí estamos, propagando um pouco da nossa cultura pelo mundo com fotos, documentários, coisas puramente tchozinas como o sotaque e os pinhões. Sempre seguindo o lema:
Lá no Frai é assim…Coisas sobre Fraiburgo, humor, cultura tchozina, e outras ideias de valor…
Futuro
Piazada, se preparem para o futuro aprendendo inglês, espanhol e acrescento em negrito: Matemática e inteligência artificial. Se conseguirem, depois devolvam os ensinamentos para outras pessoas dos lugares de onde vocês vieram.
Sucesso piazada! Não se entreguem! A gente saí do Frai, mas o Frai nunca sai da gente!
Vocês sabiam que um dos mais importantes livros sobre a cultura brasileira se chama “o povo Brasileiro” do autor Darci Ribeiro? Se puderem, leiam um dia, vale muito a pena. O problema é que este livro não toca na descrição do povo tchozino do meio oeste de Santa Catarina que alguns até confundem com cultura gaúcha mas é outra coisa, por isso leiam, estudem e aprendam a criar a história! Quando sobrar um tempo, vão lá conhecer a região e essa linda cachoeira! Só cuidado com os cachorro lá hehehe
Nesta linha, resolvi fazer a digitalização do livro “Taquaruçu – A pérola do Contestado” para que possam conhecer mais sobre os hábitos, causos e tragédias históricas que não podemos deixar batidos porque estão nos nossos genes e até na forma e no que trabalhos hoje.
Parabéns ao autor pela iniciativa da pesquisa e da publicação! Ao final, deixo o link das publicações que já fiz sobre o Taquaruçu! Outras publicações e referências podem ser encontras na wiki da cidade que está ficando cada vez mais rica – negaciem neste link – https://pt.wikipedia.org/wiki/Fraiburgo
Capa do livro tchozino – abaixo o link para o download do livro digitalizado.
Aqui segue uma singela homenagem do Lá no Frai ao senhor Valeri.
A entrevista ocorreu em 2012 em sua casa. Espero que seu trabalho, sua coragem e experiência de vida relatados no vídeo possam inspirar as novas gerações a viajarem e conhecerem outras culturas, outras línguas e a valorizar o que temos aqui.
Senhor Valeri e família, Obrigado por terem acreditado em nosso país e nossa cidade. Somos muito gratos! Profundamente gratos!
Tchozinho(s), uma revolução está acontecendo, separem todas suas fotos históricas de Fraiburgo e compartilhem no grupo que foi lançado chamado museu virtual de Fraiburgo – Cada nova foto uma surpresa de coisas na nossa vida, da nossa cidade e da nossa cultura. Muitas fotos de valor histórico já estão sendo compartilhadas e consumidas por todos, uma super iniciativa do Tchô Júlio Modena, mega apoiado pelo Lá no Frai. Segue o link do grupo do facebookinho. Sejam bem vindos ao Fraiburgo – Fotos e Fatos, o museu digital colaborativo tchozino! https://www.facebook.com/groups/1642951382592433/
Clique na foto para aumentar – Foto cedida por – Tyno Fotografias – Autor ainda desconhecido.
This picture was taken around the 1940’s when Fraiburgo was not even called Fraiburgo *Butiá Verde. Well, many things have changed ever since, but the core aspects remain the same such as the lake and the shape of some streets and our beloved chimney. At that time the economy was entirely based on sawmils. Click on the picture to enlarge it.
Galeritchos,
Dando uma bizoiada (olhar com os dois olhos) nessa foto panorâmica do Frai no anos 4o, quantos sentimentos e lembranças sobrepõe a visão tchozinhos(as)?
As festas juninas no Frai são memoráveis, pois é o grande momento do ano onde todos os tchozinhos e tchozinhas vão celebrar a vida vestidos de tchozinhos e tchozinhas. Nesse sentido, a grande maioria das pessoas com quem converso lembram das tradicionalíssimas festas do colégio Gonçalves Dias com aquelas pescarias, prisões, espetinho, quentão, corrida de uns cavalinho num trubisco lá que não lembro o nome, fogos de artificio, friozão e etc. Agora, por incrível que pareça, não tenho fotos de tal festa. No entanto, aqui está um registro histórico marcante da festa junina do jardim “Pingo de Gente”, bem na época em que a minha galera ainda era galerinha! Saudades desse tempo. Reparem no equilíbrio das cores dos desenhos e com as roupas, na serragem no chão, nos olhares faceiros, na complexidade dos vestidos, na pose com mãozinhas na cintura da Carol (terceira da esquerda para direita). Não de deixar deixar de reparar como que a piazadinha se organizou na frente das prendinhas, que povinho organizado né tchô? O meu pai, lá na antiga “ArteCouro”, faturava alto na venda das botas da galera, só tenho dúvida se foi ele que fez aquela bota vermelha com ponta de metal altamente chique :).
Kelly Benetti Tonani Tosta, Patrícia Schneiker Lemos, Caroline Pirolli, Valesca Gomes, Burda Juliano, Cassia Dias, Nadielli Vinicio Stanguerlin Moraes, Rafael J. Deitos, Camila Biscaro Borges, Juliano Schneiker and Renata Costa. – Prof Nádia com o Estefan.