Arquivo da categoria: Dialeto

A diplomacia tchozina – negociação em Fraiburguês

Neste episódio, ocorrido lá no Frai em algum tempo não muito distante, vemos com clareza a natureza sendo desafiada por um Tchô destemido e valente. Seu provável nome “Alcides” mas que atende por “Arcide”.

Seu objetivo

Atravessar o rio mansinho a todo custo pois a honra é a mãe de todas as conquistas…

Seu lema:

Eu vô passa alí nem que eu caia lá pra baixo“.

Contexto

Chuva forte no Frai com transbordamento do rio mansinho. O perigo era grande e a imprevisibilidade também. Poucos são os Fraiburguenses que já viram o “rio mansinho” tão agressivo como neste dia. 

Resultado

Graças as habilidades diplomáticas e agilidade linguísticas do autor do vídeo, uma vida Fraibuguense foi economizada e a lei de Darwin contrariada. Parabéns ao Marcos pelo sucesso na negociação e obrigado por compartilhar esse retrato visual típico do ser Fraiburguense e do sotaque Fraiburguês (pegou até os tradicionais “Curicacas”). Não temos dúvida de que se outro dialeto fosse usado, o desfecho da história seria outro. Talvez o Arcide não se acadelaria e teria que ser resgatado pelos bombeiros lá pra baixo. Vai saber…

Segue o vídeo e a tomada de decisão gerencial tomada no minuto 3.15 hehehe.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=HuVR2W7krg0]

Mas de que jeitOO? – entonação na letra “O” e o “J” bem pronunciado. Boca em formato de sorriso tímido.

Tá bem loco para passá! = Estar com uma vontade acima da média de passar o rio! 

Daonde = De onde

O mais perigoso é a correnteza que tem ali – Nós também achamos seja isso.

Home – A palavra no final de várias sentenças para a conversa viva.

Mas dadepassá = É possível fazer a travessia.

Mas eu me tacava já na água ai home = Eu já estava em vias de entrar na água só não fui porque você me interrompeu “eu sou muito valente e você sabe bem disso e quero que as coisas fiquem bem claras entre a gente”

“Bamo conóis” = Vem com a gente.

“Vo botá na InternetÊ”   = Internet – Mesmo padrão de “CamionetÊ, kitinetTÊ, patinetÊ e etc”

“Capaes? “ = Sério?

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Lá no Frai é assim… Fraiburgo, a Place to be discovered!

O projeto nasceu em 2006 para preservar a cultura “Tchô” ou “Tchozina” e memória de Fraiburgo, abordando também temas valiosos de toda a região, de Santa Catarina e do Brasil. Hoje, o projeto que nasceu bilingue alcança milhares de leitores em varias partes do mundo. Tudo isso só é possível com a ajuda de voluntários, apoiadores e leitores como você. Quer compartilhar algo com a gente? Fale conosco!

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Fraiburgo, a Place to be discovered!

The project was born in 2006 to preserve the Tchô culture and memory of Fraiburgo, also covering valuable topics from the entire region, Santa Catarina, and Brazil. Today, this bilingual project reachesthousands of readers across the globe. All of this is only possible thanks to volunteers, supporters, and readers like you.

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O canto do Bem-te-vi

O choque cultural dos tchôs que saem de Fraiburgo para para o litoral de Santa Catarina, onde se fala o Manezes,  é grande e afeta a todos. 

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A lei da palmanda vai vingar Lá no Frai?

A lei da “palmada” pode não afetar Fraiburgo. Lá no Frai ninguém nunca usou a palavra “palmada”, talvez até alguém tenha um dicionário Aurélio com ela, mas o fato é até o momento continua sendo uma coisa amplamente desconhecida.  Em vista disso, seguem as expressões mais próximas que usamos na laçoterapia dos piá bardoso:

“Vai já pro laço e/ou varinha”

 “O pau pega e não alivia”

“vai pra cinta”

“olha o chinelo”

“Te passo o chinelo já”

“Tapa na bunda”

E assim vai. No geral todas funcionam bem, tanto que aprendi a ler e a escrever :). Abaixo são mais algumas contribuições dos entusiasmados colaboradores fraiburguenses:

Agora fica a pergunta para reflexão, o Brasil não teria coisas mais importantes para discutir e decidir do que essa lei?

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O Dialeto Fraiburguês 02

Uma vez que o forasteiro tenha aprendido e incorporado o dialeto Fraiburguês, este passará a perceber o seu mundo de uma maneira diferente, mais apurada, abrangente e precisa. Por padrão, todo Fraiburguense quando sai do Frai acaba notando a falta de precisão dos outros povos e esta seja talvez uma das grandes vantagens competitivas dentro e fora do país. Além disso, como muitas expressões são extremamente regionalizadas ao longo do país eles acabam aprendendo novas expressões dos lugares que perambulam, incrementando ainda mais sua avassaladora envergadura cultural-vocabular :).

Abaixo está uma pequena amostra do que foi elucidado anteriormente seguido de mais comentários:

Gritedo  = Substantivo que pode ser aberto, uma vociferação ou um berreiro (em Fraiburguês = berredo), gritaria, algazarra, barulhada, alarme, escarcéu. Ex. “Mas HOME tentei 3 veiz  í  lá na casa dela. Na úrtima veiz, uma véia do djanho abriu um gritedo por causa da minha bota embarrada, dzulivre tcho”.

Um táio = Uma fenda, abertura, descontinuidade, rasgo, rombo, lacuna, fissura, brecha, recorte.  Ex. “Você tinha que tê visto o tamanho do taío na perna do miserável”, “Ele levou um pacote quando tava de bici e abriu um táio na testa”. “Hoje vamo come pão com táio” (Sugestão – Jaqueline Nezi).

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Largando mão de 2011 fazendo 50 anos

Olá amigos,

Como muitos de vocês já devem saber, o Fraiburguense padrão ao invés de parar de fazer algo ele(a) geralmente “larga mão” de fazer algo. Nesse sentido, a cidade está largando mão do ano de 2011 ao mesmo tempo em que celebra o seu aniversário de 50 anos. Fazem algumas semanas que a prefeitura vem organizando uma série de eventos, mas infelizmente não pude estar presente. Mesmo assim, gostaria de fazer uma singela contribuição a cidade, não quero dizer “homenagem” porque aqui ela tem duplo sentido.

 Primeiramente no seu sentido original, a palavra homenagem se refere a um agradecimento público em ato de gratidão por algum favor que fora prestado a alguém. Porém, aqui em Fraiburgo é sempre preciso tomar muito cuidado com o uso da expressão “fazer uma homenagem” porque ela pode ser facilmente entendida como “Fazer fiasco, cometer gafe, mandar mal, viajar na maionese, estragar alguma coisa e assim por diante” a pessoa que faz homenagem é chamada de fiasquenta e a que recebe “homenageada”. 

Para ser pragmático vamos aos exemplos do sentido Fraiburguense.

  • “Mas não me diga que os piá vão se taca lá pra fazê homenage”
  • O pai chega em casa e vê o leite derramado no chão da cozinha e logo dispara – “Quem fez essa homanage?”
  • Em uma conversa entre dois piá, um diz para o outro “viu, não acarque ai nesse botão pra não fazê homenage”.

Largando mão da parte linguística, segue as fotos de um dois símbolos da cidade a nossa querida patrola (moto-niveladora):

Patrola 

Talvez essa seja a única patrola como monumento histórico no mundo, um símbolo de progresso através da abertura de ruas e estradas em um passado distante onde até a água encanada era uma objeto de desejo das famílias. Assim, seguem algumas perguntas deve respondidas pelas próximas gerações:

  • Qual será o novo símbolo de desenvolvimento de Fraiburgo para os próximos 50 anos?
  • Teremos uma praça para lembrar a maçã assim que esta cultura for aposentada como a patrola?
  • Qual valor que atribuímos aos nossos componentes históricos e porque eles são importantes?
  • Se quisermos crescimento porque não aterramos o lago da cidade para fazer mais e mais casas? (isso era uma coisa que eu cheguei a ter medo de acontecer). Para ajudar na reflexão, queria dizer que na pracinha da patrola existem duas homenagens, a patrola em si com a placa memorial e um bar nos fundos que, com muita dificuldade, consegui excluir da foto (“quem fez essa homanage?”)

Bom pessoal, era isso. Fraiburgo chega com prosperidade ao seu primeiro cinquentenário e vamos continuar o trabalho (mesmo que remotamente) para que os próximos 50 sejam tão bonitos quanto a diversidade, a história e o jeito de Fraiburgo. Feliz aniversário Fraiburgo, o lar dos Fraiburguenses. 

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Traduzir “saudades” é fácil, tenta traduzir “Bardoso”

Apesar de ser um conceito facilmente utilizado e interpretado pelas pessoas “fraiburgófonas” (falantes do Fraiburguês),  “Bardoso” é uma das palavras mais difíceis, pelo menos até agora,  de traduzir do Fraiburguês para o Português, pois é um termo que remete a um estado de espírito profundo, um jeito de ser ou estar bastante comum e sem uma palavra equivalente no universo lingüístico conhecido, nem “manhoso(a)”, “dengoso(a)”, “mandrião(ona)” ou mesmo “teimoso”, juntos se equivalem a um “bardoso” bem pronunciado e contextualizado.

Pois bem, Bardoso é um adjetivo. Ex. “O piá é bardoso” ou “piá bardoso”. Raramente se vê este adjetivo flexionado no plural. Ex. “Vocês são uns bardoso”. Bardoso se refere ao sujeito do tipo tchô, tchoa (bardosa), piá ou menina que tem preferência à posição horizontal ou escorada em alguma coisa para evitar, sempre que possível, a fadiga. Estes indivíduos são otimizadores de recursos físicos por natureza, gerando quase um estilo de vida atônomo. Má vamo se combiná, quem de tanto não gostaria de levar uma vida bardosa?

Diferentemente de “dorminhoco(a)” que não se usa no diminutivo (dorminhoquinho(a)), existe o “bardosinho e a bardosinha” para indivíduos (pessoas ou animais) de pequeno porte ou muito dengosos. Ex. Um tchô pode identificar o mais preguiçoso de uma ninhada como o bardozinho – “Ó tá vendo que aquele bardozinho alí?”. Ainda, o antônimo (oposto) de bardoso é “atentado”. Ex. “Home do céu, aquele piá é atentado… dzulivre…”

Bardosos tem as seguintes características existenciais:

– Auto-estima elevada, que pode ser confundida com falta de vergonha;
– Surdez seletiva que permite ouvir apenas o que se quer e bloquear chamados;
– Preguiça ou desinteresse de fazer alguma coisa que foi ordenada;
– Jeito manhoso e dengoso (alguns casos), podendo até ser chamado de “jaguarinha” (essa é outra palavras difícil de explicar)

Bardoso não existe nos dicionários mais abrangentes da língua portuguesa, se acharam me avisem! Etimologicamente falando, o que parece, no entanto, é que antes ser definitavamente incorporado ao idioma de Fraiburgo, ele já era usado como adjetivo para os cavalos (baldoso), mas como em Fraiburgo tudo que tem “L” vira “R” temos também  (culpa = curpa, malvado = marvado, folgado = forgado) e assim por diante.

De sua origem, até onde sei, existem duas frentes.

Primeira,
Eu lembro que meus primos diziam para não deixar o cavalo (petiço) comer o mato enquanto ele estivesse nos esperando, se não ele iria ficar bardoso (mal acostumado). Bardoso é alguém com barda, “não de barda para não ficar bardoso”. 

Segunda,
O termo é usado para identificar qual cavalo trabalha menos e faz mais pose quando precisa puxar a carroça. Com o tempo o cavalo bardoso percebe que se ele parar de fazer força o outro cavalo fará o esforço compensatório para dar conta do trabalho, ao passo que ele só faz pose e caminha normalmente. O tchô que os coordena, por sua vez, precisa ficar de olho para o rendimento da carroça. Isso serve também para os gestores de empresas que precisam gerenciar suas empresas por indicadores ara detectar o bardosismo na empresa, o que em alguns casos pode ser contagioso.  Em resumo, “bardoso é um sujeito que não se sujeita”.

Seguem alguns exemplos contextualizados:

Tentando tirar alguém da cama sem sucesso:

– “Mazé um bardoso mesmo”. Em resposta, o bardoso(a) apenas vira pro lado e continua capotado.

Negociado um grupo de trabalho na universidade.

– Vocês vão pegar o tchô tal (notoriamente bardoso) para o grupo de vocês.
Resposta
– Mas pare home!!! esse tchô é muito bardoso – Largue mão!!!

Mais exemplos? só no Frai mesmo…

Finalizando, ainda existe também o verbo “bardozear”. Ex: “Estávamos só bardozeando”
e o advérbio “bardozamente”. Ex: Eles caminham bardosamente ao redor do lago”.

 

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O Dialeto Fraiburguês 04

Nesta última visita a Fraiburgo acabei absorvendo tanta informação que está sendo um luta para destrinchar tudo, ainda vai um tempo para digerir tanta coisa, mas mesmo assim vamos lá. Quando conversava com meu sobrinho 4 anos que já se comunica muito bem em Fraiburguês, mudei o sotaque da conversa para o Manezês de Floripa e ele prontamente, após uma cara de estranheza, respondeu: “Pare tio, eu não intendo inglês”. Foi pra acabá 🙂 Realmente as diferenças são grandes tanto em sonoridade como em velocidade, mentalidade e uso de termos.

Nas outras interações que tive, com pessoas mais especializadas no uso do Fraiburguês, pude mapear mais uma boa porção de novas e velhas expressões. Claro que as vezes a sequência era tanta que quase não tinha tempo para anotar no caderninho. Também aconteceu de algumas pessoas ficarem ressabiadas de falar, mas depois das cervejas não teve quem não entrasse na brincadeira de auto descobrimento cultural. Bom, segue a quarta página do dicionário aleatório do Fraiburguês oficial.

English
Brazilian Portuguese
Fraiburguese – Fraiburguês
Tell meDigaDigue
To varyVariarVareiá
Ex. Isso vareia de lugar pra lugar.
Making a messFazendo bagunçaBagunciando
MoneyDinheiroTutu, tufo, barão e pila
Ex. Tá co tufo tchô
To annoyIrritarSarniá. O piá ou a menina que sanieia é amplamente conhecido como “sarna”.
Ex. Mas é um sarna veio, não tem o que fazer dai fica aqui sarniando a gente. Vai achar um lote pra carpí…
To calm downFicar tranquiloSossegá o facho
Ex. Piáááá, pare de sarniá e sossegue o facho.
On the runEm fugaÓ por aqui – Pra capturar esse termo não foi fácil, ele quase que “ó por aqui”. Foi difícil até para entender o significado mesmo entendo a frase.
To reprehendRepreenderDar um pito
Ex. A gente tava tudo facero quando um tchô
chego e deu um pito ne nóis…Dai nóis ó por aqui
 Salary Salário Faz me rir (esse me fez rir mesmo hehehe)
Source/Fonte: LANOFRAI.COM.BR
Contribution for this edition / Colaboradores dessa edição:
Ivadir dos Santos (my father/ meu pai), Marcos Xavier e Laís Frey.

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Mapa dialetal de Santa Catarina

Falando com as pessoas sobre a cultura de Santa Catarina, é muito comum ouvir algo dos manezinhos do litoral e da cultura gaúcha do resto do estado, a qual eu discordo prontamente porque apesar do chimarrão o meio oeste de Santa Catarina está voltado muito mais para o Paraná do que para o Rio Grande. Isso pode ser melhor demostrado com o mapa qualitativo dos sotaques Catarinenses. A propósito, gostaria de agradecer as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para chegarmos neste mapa.

Click to enlarge / Clique para aumentar

 Ao invés de dividirmos o estado em dois, devemos olhar para ele como o estado Brasileiro que apesar de pequeno é o mais culturalmente diverso. Como resultado temos uma economia diversificada a ponto de ser o único estado que poderia existir autonomamente em relação aos recursos naturais e humanos.

Eu tentei desenhar esse mapa porque antes de me mudar para Florianópolis para dar continuidade aos meus estudos, eu não esperava sofrer choques de realidade tão grandes. É impressionante como as coisas podem mudar quando pulamos de uma área dialetal para outra. Na capital tive que aprender na marrar não apenas o conteúdo das disciplinas da universidade, mas também uma outra língua e ainda me adaptar com uma mentalidade diferente em relação a vida, trabalho, descanso, investimentos e etc.

A área vermelha é onde os tchôs e as tchoas estão no comando. Logicamente Fraiburgo está no epicentro do dialeto Fraiburguês. Vale notar que, em algumas partes, ele deixa de ser puro ao mesclar-se com o dialeto serrano de Lages e gringonês do oeste. Ainda, este sotaque está vinculado ao estado do Paraná até chegar em Curitiba como um R bem forrrrrte e a letra “E” de “gentE” sendo pronunciado como “E” e não como “I”.  Sim, algumas palavras são emprestadas dos gauchês, mas mesmo assim não se utiliza por exemplo a palavra “Guri”. O correto é usar “piá ” ou “tchozinho” e assim vai…

No extremo oeste (verde), existe uma tremenda influência da colonização Italiana que chegou ao Brasil falando uma série de dialetos italianos que nem eles podiam se entender antes de usar o português. Nesse pedaço de chão a gringaiada aprendeu o português dando vida ao “gringonês” que funciona muito bem. Na outra área verde, no sul do estado, a colonização é também predominantemente italiana, mas dizem que não utilizam o gringonês puro de Chapecó. Por alguma razão desconhecida meus amigos de Criciúma, Tubarão se negam a falar comigo usando seu sotaque nativo de lá. Resultado, enquanto eu não visitar o lugar e ouvir o sotaque deles pessoalmente este dialeto é indeterminado.  

Pulando agora para a galera da área azul. Essa região é onde a cultura alemã com seu jeitão compassado deu origem a um português teutônico muito interessante, principalmente nas cidades de Timbó, Pomerode e Benedito Novo.  Se tiverem a oportunidade de falar com alguém de lá, peça para eles falarem a seguinte frase. “Cara, comprei um jeep cara.  É um  LandRover novinho que eu uso só pra tacar nos areião” (Contribuição do Gedson Jung).

  •  Soa cantado
  • É muito rápido
  • Frases curtas são repetidas
  • É engraçadíssimo
  • A conversação acontece um tom acima do tom normal.
  • O tom desafina para cima no final das frases longas.
  • As vogais tem um som diferente, meio fanho. Este som junto com o aumento do tom da fala da um efeito de “vogal tunada” especialmente em Florianópolis.
  • A letra “R” segue o padrão francês.
  • O verbos no tempo passado são – Cortasse – Trabalhasse – falasse , e etc.
  • Infelizmente, está entrando em extinção devido as massas migratórias e motivos econômicos.

Bom pessoal, não deixem de comentar sobre suas experiências com relação a esse mapa para que a próxima versão seja mais precisa, eu vou continuar prestando atenção nas próximas mudanças pois é um tema no qual sou fascinado.

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O Dialeto Fraiburguês 03

Os sotaques e expressões populares são bombas de cultura concentrada que espalham estilhaços em todas as direções…

Já que o google não é capaz ainda de traduzir nosso dialeto, vou fazer uma tradução aproximada das frases enviadas pelo Fábio Faquin. Obrigado pela contribuição. Tive que pesquisar algumas palavras e peço desculpas por erros de interpretação. Se alguém quiser fazer outras interpretações fiquem a vontade para entrar na roda.

Hóme do céu…
Não da pra ficá “se bostiando”… tende juntá a “catrefada” e campiá umas palavra de “revesgueio”. Ponheiei aí… antes que alguém fique “invaretado” … É bom dar os créditos certo pra não “ingrupi”ninguém, mas sem “inticá”os piá, senão vai dá o maior “intrevero”. Vai ficá ïntuiado”de palavra.


Amigo,
Não podemos nos “dar ao luxo de não fazer nada”. Temos que reunir o “pessoal” para buscarmos outras palavras que estão por ai a nossa volta. Coloque-ás no lugar certo antes que alguém fique reclamando. É bom atribuir os créditos para que nínguem seja enganado, no entanto cuidado para não provocar nínguem se não teremos uma grande discussão. Em breve teremos muitas palavras.

“Má largue mão Hóme… seje bobo… Ahh se fizer frio tem que “pidi” uma “Japona”… não vai ficá pestiado… hahaha.. .Tem muitas expressões… da pra se ïntertê” tipo bixo…”
Então amigo, não percas tempo, não sejas tolo. Se fizer frio, pedirei uma jaqueta para não adoecer. Com todas esssas expressões podemos nos divertir muito!

English
Brazilian Portuguese
Fraiburguese – Fraiburguês
Anything of poor
quality that breaks when needed or has lower quality when compared to something that belongs to you.
Qualquer coisa que não funciona quando se precisa ou  tem qualidade inferior a alguma coisa que você possua.“Bichera!”
Ex. “Esse carro é uma bichera!”.
Aquilo é uma Bichera nem perda tempo!
Get out of the busSair do ônibusApiá do ônibus.
*Também se usa para sair do cavalo.
SudenlyInstantaneamenteDe vereda
* O tchô deu um susto ne nóis quando entrô de vereda na combi. Ai falei “se enchergue home, óie que te prego a mão no ovido“.
(to rindo sozinho)
Watch out!Preste atençãoSe ligue piá!
Don’t be stupid!Não seja tolo!Seje bobo!
No wayDe jeito nenhum.Mascredo (piá, tchô ou muié).*Não aceita a palavra tchoa.
I askEu peçoEu pido!
*Vai no mesmo embalo do eu mido.O indivíduo que pede muito é conhecido como piduncho!
Ex. Mas é um piduncho véio mesmo esse tchô!
Go shoppingFazer compras no mercadoFazê o rancho!
(sugestão – Odair da Silva)

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Verbos Fraiburguêses

Na grande maioria dos idiomas indo-europeus, que é onde se encaixa o dialeto Fraiburguês, houveram sistematizações importantes ao longo dos últimos séculos para facilitar o aprendizado, desenvolvimento e sobrevivência de cada língua. Como todos sabem, os verbos servem para indicar uma ação, estado ou fenômeno da natureza e estes como parte fundamental da língua foram simplificados e classificados. Abaixo seguem alguns exemplos de sistematizações de verbos infinitivos:

  • No português e espanhol os verbos infinitivos terminam em “AR” “ER” “IR” – Amar, falar, hablar, sorrir e etc.
  • No italiano basta adicionar um “E” depois da letra “R”. Ex. “Amar – Amare” – “Cantar – cantare “, mas atenção, muitos verbos italianos podem ter radicais diferentes do português. O foco aqui é apenas demonstrar a terminação.
  • No inglês usa-se a partícula “TO” na frente do verbo. Ex. “to go – ir”,”to speak – falar “,  “to close – fechar”.
  • Nas línguas germânicas com é o caso do alemão e holandês, os verbos infinitivos terminam em “EN”. Ex: Em Holandês “caminhar – lopen”,  “Comer – eten”, “dormir – slapen” e assim vai.

Então como seriam os verbos infinitivos no dialeto Fraiburguês?  Até o momento, tenho notado que existe uma tendência forte do cidadão Fraiburguense em sumir com a letra “R” do verbo, transformando-o em um acento na última silaba. A pronuncia é feita com a boca bem aberta e em um tom quase estralado de modo que todos entendam a ação do Fraiburguense. Ex. Eu vou caminhá – conversá – repartí – atorá no meio – corrê – fugí – me negá e assim por diante.

Se a palavra posterior ao verbo infinitivo necessitar do artigo “A”, este será sumariamente excluído bem como as letras que aparecem de varde na frase. Por exemplo, “Eu vou enxugar a louça” – no dialeto ficaria mais ou menos assim: “Eu vo enxugá loça”. Notem o sumiço da letra “U”. Além disso, em alguns casos, é também possível transformar a frase numa só palavra sem perder o sentido, acelerando a comunicação e o entendimento mútuo Fraiburguense. Ex.  “voenxugaloça”. Esta última modalidade é bastante comum porém recomenda-se utilizar apenas entre pessoas com mais de 10 anos de experiência (Não tente isso em casa).

Bueno piazada, por hoje é isso, o dicionário segue a diante. De agora em diante notem a emergência desses padrões nas suas conversas em Fraiburguês. Boa sorte! Ah! Antes que eu esqueça, tenho uma observação importante, brinquem, testem, reflitam sobre nossas expressões mas não deixem de levar a sério o Português, Inglês e Espanhol.  Estas são as primeiras pontes que conectam os Fraiburguenses ao mundo fora de Fraiburgo!

Saudações Fraiburguenses.

English
bandeira300a
Brazilian Portuguese
Fraiburguese – Fraiburguês
I measureEu meçoEu mido!sugerida por – Iole Dahmer(ainda estou chocado)
I go on footEu vou a pé!Eu vou de a pé.Ex. “Dexe que eu vo de a pé”*Já pegaram muito no meu pé por essa. Hoje isso seria pratica de bulling 🙂
Something that is bizarreAlgo que é bizarroMedonho!
To lose badly or be prevailed over another to a great degree, usually ina some form of competition or verbal disagreement– Perder por umagrande diferença de modo a passarvergonha.– Levá um vareio– Tomá um vareio
To win over another to a great degree– Vencer com folga– Ganhar com folga“Matá pau!”*Literaly meansto kill with a stick, which is

more macho than killing with

a gun or a bazuca.

* Demonstração de valentia no linguajar Fraiburguense é item obrigatório, se não vai pro laço.

Lazy personPreguiçosoCanela grossa.*Pessoa do tipo tchô ou tchoaindisposta ao trabalho.Ex. Mazé um canela grossa mesmo.*Literaly means “thick calf of the leg”
SuspiciousDesconfiadoResabiado
Imagine!Imagine!Mas pense!
To throw awayJogar foraPinxá fora.(Clássica – Sugerida por Jaqueline Cunha e Naiara Longhi)*In the top ten funny expressions!

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Lá no Frai é assim… Fraiburgo, a Place to be discovered!

O projeto nasceu em 2006 para preservar a cultura “Tchô” ou “Tchozina” e memória de Fraiburgo, abordando também temas valiosos de toda a região, de Santa Catarina e do Brasil. Hoje, o projeto que nasceu bilingue alcança milhares de leitores em varias partes do mundo. Tudo isso só é possível com a ajuda de voluntários, apoiadores e leitores como você. Quer compartilhar algo com a gente? Fale conosco!

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Fraiburgo, a Place to be discovered!

The project was born in 2006 to preserve the Tchô culture and memory of Fraiburgo, also covering valuable topics from the entire region, Santa Catarina, and Brazil. Today, this bilingual project reachesthousands of readers across the globe. All of this is only possible thanks to volunteers, supporters, and readers like you.

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