Sentado vendo as pessoas e as palavras passearem…acabei de escutar uma expressão
bastante usada para fazer o outro caminhar mais rápido ou fazer aluma coisa mais de pressa “apure home”.
A diplomacia tchozina – negociação em Fraiburguês
Neste episódio, ocorrido lá no Frai em algum tempo não muito distante, vemos com clareza a natureza sendo desafiada por um Tchô destemido e valente. Seu provável nome “Alcides” mas que atende por “Arcide”.
Seu objetivo
Atravessar o rio mansinho a todo custo pois a honra é a mãe de todas as conquistas…
Seu lema:
“Eu vô passa alí nem que eu caia lá pra baixo“.
Contexto
Chuva forte no Frai com transbordamento do rio mansinho. O perigo era grande e a imprevisibilidade também. Poucos são os Fraiburguenses que já viram o “rio mansinho” tão agressivo como neste dia.
Resultado
Graças as habilidades diplomáticas e agilidade linguísticas do autor do vídeo, uma vida Fraibuguense foi economizada e a lei de Darwin contrariada. Parabéns ao Marcos pelo sucesso na negociação e obrigado por compartilhar esse retrato visual típico do ser Fraiburguense e do sotaque Fraiburguês (pegou até os tradicionais “Curicacas”). Não temos dúvida de que se outro dialeto fosse usado, o desfecho da história seria outro. Talvez o Arcide não se acadelaria e teria que ser resgatado pelos bombeiros lá pra baixo. Vai saber…
Segue o vídeo e a tomada de decisão gerencial tomada no minuto 3.15 hehehe.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=HuVR2W7krg0]
Mas de que jeitOO? – entonação na letra “O” e o “J” bem pronunciado. Boca em formato de sorriso tímido.
Tá bem loco para passá! = Estar com uma vontade acima da média de passar o rio!
Daonde = De onde
O mais perigoso é a correnteza que tem ali – Nós também achamos seja isso.
Home – A palavra no final de várias sentenças para a conversa viva.
Mas dadepassá = É possível fazer a travessia.
Mas eu me tacava já na água ai home = Eu já estava em vias de entrar na água só não fui porque você me interrompeu “eu sou muito valente e você sabe bem disso e quero que as coisas fiquem bem claras entre a gente”
“Bamo conóis” = Vem com a gente.
“Vo botá na InternetÊ” = Internet – Mesmo padrão de “CamionetÊ, kitinetTÊ, patinetÊ e etc”
“Capaes? “ = Sério?
O canto do Bem-te-vi
Nossas árvores e flores
Impossível passar pelo Frai sem notar as remanescentes e imponentes araucárias e suas fieis amigas cortejantes (hortências). O que me alegra é poder vê-las ainda ao vivo e das suas grimpas fazer um fogo de chão que estrala como pipoca para sapecar o pinhão.
Por muito pouco nossas araucárias não foram todas extintas. Em menos de 50 anos elas foram perseguidas e aniquiladas sistematicamente num tremendo holocausto vegetal sem precedentes na nossa história. Quanto maior fosse a tora, maior era o orgulho da ignorância do homem. A americana Southern Brazil Lumber & Colonization Company era como um polvo e seus tentáculos (trilhos) penetravam no continente sugando todas as árvores e recursos naturais que poderiam ser transportados nos vagões até os portos de SP e RJ. Onde estariam essas árvores hoje? Depois da limpeza no terreno, bastava expulsar os nativos da região e vender terrenos já loteados para os europeus famintos que, no Brasil, não paravam de chegar.
Resultado,
a desabilitada estrada de ferro do planto nos custou o “despovoamento de 15 milhões de pinheiros, imbuias, cedros e perobas que se aninharam no extenso planalto de Canoinhas” Sergio Sachet – Santa Catarina 100 de história. Do gene humano que ali habitava o estrago foi incalculável.
A lei da palmanda vai vingar Lá no Frai?
A lei da “palmada” pode não afetar Fraiburgo. Lá no Frai ninguém nunca usou a palavra “palmada”, talvez até alguém tenha um dicionário Aurélio com ela, mas o fato é até o momento continua sendo uma coisa amplamente desconhecida. Em vista disso, seguem as expressões mais próximas que usamos na laçoterapia dos piá bardoso:
“Vai já pro laço e/ou varinha”
“O pau pega e não alivia”
“vai pra cinta”
“olha o chinelo”
“Te passo o chinelo já”
“Tapa na bunda”
E assim vai. No geral todas funcionam bem, tanto que aprendi a ler e a escrever :). Abaixo são mais algumas contribuições dos entusiasmados colaboradores fraiburguenses:
Agora fica a pergunta para reflexão, o Brasil não teria coisas mais importantes para discutir e decidir do que essa lei?
Análise arquitetônica comparativa – Um estudo de caso
Devido a imponência e repercussão do caso do vespeiro de Fraiburgo, a equipe de consultores do “Lá no Frai” realizou uma análise comparativa desta obra magnífica em relação as construções tradicionais feitas por vespas não fraiburguenses. O objetivo deste post é trazer os resultados de forma tabelada.
A análise constitui-se de um estudo aprofundado da organização espacial, localização, adequação volumétrica, ensejos arquitetônicos nas pespectivas social e econômica. Como subsídio, temos relatos dos moradores, registros fotográficos, croquis da planta baixa, anúncios de jornal e a reconstrução virtual 3d das obras. Abaixo os resultados da versão 1.2:
VespeiroWasp Nest |
Tradicional |
Lá no Frai |
Estilo / Style |
Comunista feudal. Lema = “O dinheiro da origem a vida” Communist feudalist – Moto = “Money originates life” |
Barroco-Fraiburgo-renacentista neo-clássico fortemente baseado no post já públicado aqui no blog em os “princípios arquitetônicos de Fraiburgo“. Caracterizado pela transição do feudalismo para o capitalismo vespônico baseado na cultura da maçã.Lema = “A vida da origem ao dinheiro” Baroque-Fraiburguese-Renascentist based on the already published post “lá no frai” architectonic principles . It is characterized by the transition of feudal communist to Fraiburguese honet capitalism based apple culture. Moto = “Life originates money” |
Tamanho
|
Pequeno / Small | Graúdo / Large |
Espécie dos arquitetosArchitects specimen
|
Vespas / Hornets |
Tchô Quenorris Vespenious Vociferous des Fraiburgous operandis |
Localização /Localization
|
Qualquer lugar / Anywhere | Fraiburgo (Área nobre do oeste do universo). De frente POMAR e com fácil acesso ao lago das araucárias. In Fraiburgo a Noble area in the west of the universe near by the “Araucárias’ Lake”. |
CaracterísticasCharacteristics |
|
|
Seguem mais algumas fotos. Mais informações clique aqui.
O Dialeto Fraiburguês 02
Uma vez que o forasteiro tenha aprendido e incorporado o dialeto Fraiburguês, este passará a perceber o seu mundo de uma maneira diferente, mais apurada, abrangente e precisa. Por padrão, todo Fraiburguense quando sai do Frai acaba notando a falta de precisão dos outros povos e esta seja talvez uma das grandes vantagens competitivas dentro e fora do país. Além disso, como muitas expressões são extremamente regionalizadas ao longo do país eles acabam aprendendo novas expressões dos lugares que perambulam, incrementando ainda mais sua avassaladora envergadura cultural-vocabular :).
Abaixo está uma pequena amostra do que foi elucidado anteriormente seguido de mais comentários:
Gritedo = Substantivo que pode ser aberto, uma vociferação ou um berreiro (em Fraiburguês = berredo), gritaria, algazarra, barulhada, alarme, escarcéu. Ex. “Mas HOME tentei 3 veiz í lá na casa dela. Na úrtima veiz, uma véia do djanho abriu um gritedo por causa da minha bota embarrada, dzulivre tcho”.
Um táio = Uma fenda, abertura, descontinuidade, rasgo, rombo, lacuna, fissura, brecha, recorte. Ex. “Você tinha que tê visto o tamanho do taío na perna do miserável”, “Ele levou um pacote quando tava de bici e abriu um táio na testa”. “Hoje vamo come pão com táio” (Sugestão – Jaqueline Nezi).
O Fraiburguense mais famoso de todos os tempos
Lá no Frai assim – segundo ano / La no Frai second year
Senhoras e senhores,
Bem vindos ao segundo ano do projeto “Lá no Frai é assim”, um projeto de recursos limitados que busca entender quem, quando, como e onde é Fraiburgo, uma cidade muitas vezes confundida com é Nova Friburgo (RJ), Friburg (Suíça), Freiburg (Alemanha). Fraiburgo tem sua matriz cultural bastante própria baseada na diversidade dos diferentes povos que por lá passaram, moldando assim o destino da cidade. Os seus esforços, de uma maneira ou outra, são a principal fonte de inspiração desse trabalho que tem tido a colaboração de inúmeras pessoas que, em retribuição, compartilham material ideias e curtem os posts no facebook. Tenho sempre tentado atribuir os créditos corretamente, espero não ter falhado. No Facebook foi criado um segundo e terceiro álbuns separando as questões dialetais do Fraiburguês e as demais fotos do primeiro e segundo ano. Aqui no blog as coisas continuam sendo misturadas como num grande caldeirão :). Os leitores podem acompanhar as novidades em primeira mão cadastrando seu e-mail no botão ao lado “seguir o blog”. Por hora é isso, segue a última foto de 2011 do querido “Castelinho” e seu filhote o “Castelinhoinho”.
Ladies em gentleman,
Welcome to the second year of the “La no Frai” project, Fraiburgo a place to be discovered. This is a blog that seeks to define in two language what, how, why, when, where is Fraiburgo and its people, culture and stereotypes. Fraiburgo, which is not Nova Friburgo (RJ), Friburg (Switzerland), Freiburg (Germany), not even gaucho, has its own cultural existence which is based on the different ideas and hard work of different peoples that have left their contribution to shape the destiny of the city. Their live endeavours are the main source of expiration to this project which has received loads of contributions from the readers. On facebook I have made some changes, but what matters is that all material is located here. There is a chance to receive all e-mail notification of new posts by adding your e-mail on buttom “follow the blog” next. That’s it for now. Bellow is the cute French style so called “Little castle” and its son “Little boy-castle” right next to the impotent Araucária pine trees.
Largando mão de 2011 fazendo 50 anos
Olá amigos,
Como muitos de vocês já devem saber, o Fraiburguense padrão ao invés de parar de fazer algo ele(a) geralmente “larga mão” de fazer algo. Nesse sentido, a cidade está largando mão do ano de 2011 ao mesmo tempo em que celebra o seu aniversário de 50 anos. Fazem algumas semanas que a prefeitura vem organizando uma série de eventos, mas infelizmente não pude estar presente. Mesmo assim, gostaria de fazer uma singela contribuição a cidade, não quero dizer “homenagem” porque aqui ela tem duplo sentido.
Primeiramente no seu sentido original, a palavra homenagem se refere a um agradecimento público em ato de gratidão por algum favor que fora prestado a alguém. Porém, aqui em Fraiburgo é sempre preciso tomar muito cuidado com o uso da expressão “fazer uma homenagem” porque ela pode ser facilmente entendida como “Fazer fiasco, cometer gafe, mandar mal, viajar na maionese, estragar alguma coisa e assim por diante” a pessoa que faz homenagem é chamada de fiasquenta e a que recebe “homenageada”.
Para ser pragmático vamos aos exemplos do sentido Fraiburguense.
- “Mas não me diga que os piá vão se taca lá pra fazê homenage”
- O pai chega em casa e vê o leite derramado no chão da cozinha e logo dispara – “Quem fez essa homanage?”
- Em uma conversa entre dois piá, um diz para o outro “viu, não acarque ai nesse botão pra não fazê homenage”.
Largando mão da parte linguística, segue as fotos de um dois símbolos da cidade a nossa querida patrola (moto-niveladora):

Patrola
Talvez essa seja a única patrola como monumento histórico no mundo, um símbolo de progresso através da abertura de ruas e estradas em um passado distante onde até a água encanada era uma objeto de desejo das famílias. Assim, seguem algumas perguntas deve respondidas pelas próximas gerações:
- Qual será o novo símbolo de desenvolvimento de Fraiburgo para os próximos 50 anos?
- Teremos uma praça para lembrar a maçã assim que esta cultura for aposentada como a patrola?
- Qual valor que atribuímos aos nossos componentes históricos e porque eles são importantes?
- Se quisermos crescimento porque não aterramos o lago da cidade para fazer mais e mais casas? (isso era uma coisa que eu cheguei a ter medo de acontecer). Para ajudar na reflexão, queria dizer que na pracinha da patrola existem duas homenagens, a patrola em si com a placa memorial e um bar nos fundos que, com muita dificuldade, consegui excluir da foto (“quem fez essa homanage?”)
Bom pessoal, era isso. Fraiburgo chega com prosperidade ao seu primeiro cinquentenário e vamos continuar o trabalho (mesmo que remotamente) para que os próximos 50 sejam tão bonitos quanto a diversidade, a história e o jeito de Fraiburgo. Feliz aniversário Fraiburgo, o lar dos Fraiburguenses.